quarta-feira, junho 01, 2005

 

O fim de um político promissor

Antes de ir propriamente ao cerne da questão devo contextualizar esta crónica. No dia de ontem realizaram-se as eleições para os corpos gerentes do Núcleo de estudantes de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Associação Académica de Coimbra (NEEEC/AAC). Eu era parte integrante de uma lista, a lista P, que concorreu contra a lista V. Saímos derrotados por uma unha negra, o que para mim já começa a ser hábito depois de ter deixado a taça nacional ao Imortal de Albufeira a 8 de Maio. 15 miseráveis votos separaram-nos da outra lista, mas enfim por um voto se perde e por um voto se ganha, por isso há que dar os parabéns à lista vencedora.
Mas este post não é para falar da derrota, mas sim do triste espetáculo que são as eleições, quaisquer que sejam, na Universidade. Para quem não sabe, a Universidade é muito democrátrica, vota-se para tudo, mas mesmo tudo, por isso muito regularmente somos chamados a pronunciarmo-nos. Infelizmente, todas as vezes temos o mesmo espetáculo de uma política à portuguesa, sem escrúpulos e que não olha a meios para ganhar, deixando de lado as ideias que regem os projectos das listas para se trabalhar no já famoso cacique. O cacique é um termo que aprendi quando entrei na faculdade. Entende-se por cacique um incentivo ao voto à boca da urna para aqueles que nunca se interessam minimamente pelas questões de que falam as eleições. Isto é a democracia universitária, uma vergonha. Não foi por esta liberdade que os nossos pais andaram anos e anos a lutar, cada um deve ser livre de escolher se quer votar ou não e em quem quer votar. "Moer a cabeça" é influenciar o voto e contraria em toda a linha o que a democracia apregoa. Surge-nos no entanto outro dilema. Se não houvesse cacique qual seria a participação nas eleições? Baixa concerteza, só os membros das listas iriam votar provavelmente, mas mesmo assim seria um voto mais sincero do que o voto influenciado, a democracia ganharia sem qualquer tipo de dúvida. A situação pode-se comparar com um telefonema para tua casa em dia de eleições para ires votar neste ou naquele. Achas isso correcto? Assim em vez de ganhar quem trabalha mais, quem tem melhores ideias e as consegue pôr em prática, ganha quem tem melhores cacicadores e quem é mais persistente nessa actividade. Não posso contudo deixar de dizer que a nossa lista também se entregou ao cacique, mas não tinhamos alternativa, é um mau hábito instalado nas lides estudantis.
Apesar da desilusão queria deixar aqui uma palavra para os elementos da minha lista. São fantásticos, trabalharam muito bem e mais do que ninguém mereciam esta vitória. E dizer que não foram só derrotas, criámos laços de amizade entre nós que a derrota só irá fortalecer. Espero que nos continuemos a encontrar por aí porque há muita gente de inegável qualidade no grupo, e que serão concerteza grandes engenheiros.
Por último, volto ao início. Foi o início e o fim da minha carreira política, definitivamente prefiro ser engenheiro sinto-me mais realizado, muito embora estarei disponível para o que fôr preciso.

Fim de Crónica

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