Crónicas

Queria começar por fazer duas coisas. A primeira é pedir desculpa a todos os leitores a quem este post não diz nada. É um assunto muito particular, e é natural que em alguns de vós isto não desperte a mínima curiosidade, mas sinto-me obrigado a fazê-lo para ficar de consciência tranquila. Em segundo lugar quero deixar bem claro que no obstante o que fôr aqui dito continuarei sempre a ser um fiel adepto do Olivais Futebol Clube. É o clube do bairro onde fui criado, onde vivo, o seu pavilhão é um dos espaços que melhores recordações me traz e mais importante que isso, foi o clube que me permitiu durante 6 temporadas fazer uma das coisas que me dá mais gozo, jogar basquéte. Não o voltarei a fazer noutro clube senão fôr neste.

Como ficou mais ou menos claro no parágrafo anterior, saí da equipa do Olivais. Não por minha única exclusiva vontade mas por circunstâncias que mais à frente abordarei.
Mesmo que sejam leitores desatentos deste blog concerteza que durante muitos meses aqui vos falei de uma equipa de Juniores A que ganhava os jogos todos. Concerteza que ficaram decepcionados com a nossa derrota na taça nacional, coisa que ainda hoje custa a admitir a quem por isso passou. Com a saída do treinador Pedro Rebelo do comando da equipa sénior do Olivais, a direcção viu-se forçada a procurar outra solução. Havia dois caminhos. O primeiro dar o comando da equipa sénior ao treinador dos Juniores A Dilson Borges e dar continuidade a dois gloriosos anos de trabalho, onde se verificaram evoluções constantes de vários jogadores e se criou um espiríto de equipa que eu nunca antes tinha visto numa equipa de basquetebol, ou por outra contratar um novo treinador e fazer um ligeiro corte com o passado recente deste clube. Apesar de o mais fácil e óbvio, face a disponibilidade aparente de Dilson Borges para continuar o trabalho que deu frutos, a direcção optou por um novo treinador Miguel Barbosa, que já teve passagem por vários clubes da região, sem, que eu conheça, tenha tido grandes sucessos. Não é preciso raciocinar muito para se chegar à conclusão que esta decisão deixou preplexos os jovens jogadores, nos quais eu me incluo, que tinham trabalhado com o Dilson nos dois anos anteriores. Por analogia pode-se comparar este caso ao de um aluno que muda de curso mas consegue equivalência a algumas cadeiras. Mas de qualquer forma foi um retrocesso no processo de formação de uma equipa forte.
Inevitavelmente, neste início de época alguns jogadores, por um motivo ou por outro foram colocados de lado, se calhar por inexperiência, porque não vejo outro motivo. No jogo de apresentação realizado hoje apenas jogou um jogador que integrou a equipa de juniores (se me enganei alguém que me corrija). De doze jogadores convocados, quatro não sairam do banco, isto num jogo de apresentção. De referir que 3 desses foram importantíssimos nas conquistas da equipa de juniores A e eram elementos que jogavam regularmente, e bem, na equipa sénior que infelizmente acabou por descer de divisão. Havia ainda mais dois jogadores da equipa de Albufeira que não estavam equipados um no banco e outro, imagine-se, na mesa. O outro elemento dessa equipa que ainda faz parte do plantel não esteve presente. Apetece perguntar porquê? Por que razão não se apostou na continuidade? Não havia qualidade suficiente no grupo?
Muitos podem pensar que eu digo isto apenas porque não estou a jogar. Mas eu não estou a jogar porque nem sequer me apresentei para treinar. Sei que provavelmente seria dispensado, mas não dei esse prazer a quem o não merece. Apesar da equipa apresentar resultados esta não foi a melhor solução. Alguns comentários que tenho ouvido sobre os treinos e a maneira de estar das pessoas não são as melhores. Um treinador deve ser um exemplo para os seus jogadores, e por isso deve apresentar um comportamento correcto. Os rumores que me chegam aos ouvidos, e algumas cenas que assisti não apontam nesse sentido.
Já saiu do clube um jogador que começou a época no Olivais, penso que não será o último, a insatisfação via-se nos rostos daqueles que por opção técnica não puderam dar o seu contributo da forma que mais queriam, dentro do campo. Depois de uma época de sucesso e de uma presença garantida no campeonato nacional de juniores A, a direcção do Olivais decidiu acabar com os juniores A. Duplo erro. A equipa de juniores A poderia servir como uma montra para aqueles que nos séniores ainda não tem lugar, e para os mais novos juniores b ganharem algum estofo na transição para sénior. Ambas as equipas, séniores e juniores b, estão com excesso de jogadores, o que vem reforçar o erro que a direcção cometeu ao fechar os juniores A que tantas alegrias deram ao clube nos últimos dois anos.
Por estranho que pareça acho que as pessoas que estão à frente do Olivais são gente trabalhadora, mas que entrega-se de tal maneira ao clube que depois é incapaz de tomar aquelas que são verdadeiramente as melhores decisões para o mesmo clube. É pena porque assim não se impõem os valores do clube, mas sim aqueles da pressão do resultado imediato que pode dar resultado a curto prazo, mas nunca a longo,médio prazo. Esta mesma direcção me convidou para seccionista da equipa sénior, cargo que recusei, não só por não concordar com a política em relação à equipa sénior, mas também por ser novo de mais para essas andanças e pelo pouco ambiente emocional que se sente neste momento no clube, que sinceramente dificulta as coisas.
Acho que o Olivais vai subir de divisão têm uma equipa no mínimo tão boa como a da época passada, e o seu treinador não vai concerteza deixar escapar a oportunidade de ter uma subida de divisão no currículo. Se o não fizer vai ser difícil reabilitar-se porque de facto tem condições para o fazer sem grandes sobressaltos. Que fique mais uma vez claro, apesar de tudo sou adepto do Olivais e acho que esta divisão não é o seu lugar, e por isso há que pôr as coisas no seu devido lugar.
Para terminar o meu agradecimento a todos aqueles com quem tive o prazer de jogar no Olivais, todos eles me marcaram de alguma forma.
Fica aqui meu palmarés, para o qual o meu contributo em campo foi modesto:
2004/2005: Campeão distrital de Juniores A, vencedor da zona norte da taça nacional, finalista da taça nacional;
2003/2004: Campeão distrital de Juniores A, 3º classificado na zona norte da taça nacional
2002/2003: Knock-out;
2001/2002: 7º classificado no campeonato distrital de juniores B;
2000/2001: Vice-campeão distrital de juniores B;4º classificado na zona norte do campeonato nacional de juniores B;
1999/2000:5º classificado no campeonato distrital de cadetes;

Fim de Crónica