terça-feira, maio 16, 2006

 

Queres chá?

Apesar de o cérebro já não estar de todo dormente, o trabalho não o deixou adormecer, e carga até Julho parece bem apreciável. Reservo-me no entanto, num breve momento de lazer descrever o que foi o chá daçante, com essa figura mítica da música portuguesa que é José Cid, um dos grandes compositores da música ligeira portuguesa do século passado. Para os amantes deste artista aconselho vivamente uma visita ao clube de fãs cujo link se encontra do lado esquerdo do ecrã, junto dos outros magníficos blogues.

Bom, mas vamos à análise do que interessa. Como bom português cheguei tarde ao evento, o aquecimento fez-se noutro estabelecimento com preços mais acessíveis. Quando entrei, talvez por ver demsiado mal ao longe sem óculos olhei para o palco e vi indíviduo de cartola a cantar músicas belas e suaves. Perguntei onde estava o Cid e confirmaram-me que esse bandido não tinha esperado por mim para começar a actuação. Fiquei com vontade de procurar os amigos do clube de fãs, mas a agitação que se vivia junto ao palco fez-me hesitar. Esperei quinze minutos para ver se a coisa acalmava, mas nem por isso e fiz-me ao palco. E deparei-me com este Senhor da música ligeira.

Era verdadeira locura, não haja a menor dúvida, foi mesmo difícil de chegar tão perto de tamanha estrela, mas foi uma enorme alegria.

Junto de outros fãs que ali se encontravam, soube-se entretanto que a música "Favas com chouriço" não constava do alinhamento, uma enorme falha de um dos maiores sucesso, falo principalmente da letra, deste mítico cantor. Insistentemente era pedido no fim de cada música para que Cid cantasse este mega sucesso da juventude. Mas Cid não parece gostar muito da música, e ficava indiferente aos pedidos histéricos do seu público.
O artista anunciou a última música "O milho verde" e enquanto os espectadores esperavam pacientemente para mais uma vez pedirem "Favas com chouriço", quando de repente me viro para trás e vi que o verdadeiro espetáculo tinha começado. Já havia pessoas em cima do busto do Mozart, assim como estudantes ao biqueiro e bengalada ao esferovite, grandes malucos apenas com vontade de aliviar o stress de uma queima.


Depois foi um ver se te avias, para ver quem levava o maior bloco de esferovite, mas nesse aspecto os cartolados levavam vantagem, as suas armas eram melhores, ao biqueiro é difícil de apanhar bocados grandes. Para além disso havia ainda quem procurasse maneira de forrar a sua bengala contra as intempéries que viriam no que faltava da queima.
Foi sem dúvida uma experiência a repetir, porque não é todos os dias que podemos partir tudo, sem que ninguém nos arrelie, e sem que tal represente danos para quem construiu o cenário do chá. Espero-te lá no ano que vem, eu lá estarei já com essa arma poderosa que é a bengala.

Fim de Crónica

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