segunda-feira, julho 31, 2006

 

O vinho do Moselle

Se consultarem os vossos atlas que se encontram aí na prateleira e procurarem pelo rio Moselle (ou Mosel, não sei qual é a tradução exacta em português) verão que é um afluente do Reno, o segundo maior rio da Europa. Durante alguns quilómetros, este rio delimita a fronteira deste pequeno Grão-Ducado com o país mais populoso da Europa, a Alemanha. Durante vários quilómetros de estrada podemos ver na outra margem, aquela que é a maior potência económica do velho continente. Por vezes até dá vontade de passar para o outro lado só para dizer que podemos carimbar mais um país para a nossa lista, já lá vai o tempo em que se carimbavam passaportes por estas bandas. Este rio é envolvido por vales em que o cultivo da vinha é a actividade principal e fazem desta paisagem um passeio de fim de semana bastante agradável.
Circular de barco ou bicicleta se calhar proporciona um melhor espetáculo, mas à falta de alternativa viável, faz-se o caminho de carro. Cerca de 20 quilómetros de vinha, com uns catelos no topo das encostas que dominam majestosamente o vale. Cá em baixo, na estrada ao longo do rio, procuravam-se umas caves para provarar a especialidade da região. Essa oportunidade lá chegou.
Uma visita à fábrica, onde se utilizam métodos tecnologicamente avançados para fabricar o néctar desejados. Nada de romantismos, de vinho feito à mão, de uvas pisadas com pés pestilentos, nada disso tudo ali é mecanisado. Devido à latitude deste país, o vinho tinto não é muito produzido por estas bandas, e depois de prová-lo percebe-se porquê. Se alguém vos diz que determinado vinho tem menos corpo, ao beber este vinho percebe-se o que querem dizer, o vinho parece uma mistura pouco convincente. Percebe-se também que a especialidade destas caves seja de facto o espumante, que servido fresco é uma iguaria à qual só faltou o belo petisco à portuguesa, seja uns camarões para os pobres, ou lagosta para os ricos. Ainda falta provar o branco mas não deposito muitas esperanças na sua valia. O espumante, o melhor produto da região, apenas está disponível para consumo nacional, o que com quantidades tão pequenas era esperado, pouca área implica naturalmente pouca produção. E assim foi uma bela tarde de turismo vinícola.

Fim de Crónica do enviado especial ao Luxemburgo

Barbaridade: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?