sexta-feira, abril 27, 2007

 

Um dia de trabalho

Shiuuuu!! Falem baixinho, e acima de tudo não digam a ninguém que eu estou a escrever do sítio onde devia estar a trabalhar. Mas como a inspiração não é lugar comum por estes dias, e a vontade de escrever muito menos, há que fazer sair este texto cá para fora.

Então porque fazê-lo? Porque a rotina do dia-a-dia, repimpado nesta magnífica cadeira, com vista para o poste de alta tensão do pólo II, começa a ser irritante. Já concerteza ouviram falar do conceito de podcast, um programa de rádio que é disponibilizado para descarregamento na Internet, para que os ouvintes possam ouvi-lo nos locais mais remotos e impensáveis. Existem podcasts com bastante piada, alguns que dão gozo ouvir, claro que como não há fome que não dê em fartura descarrego muito mais podcasts do que aqueles que ouço.
Mas para o meu trabalho não posso utilizar qualquer podcast, tem que ter características especiais. Não pode ter ruído de fundo, não pode ser o avacalhanço total, tem que ser uma coisa séria, porque as pessoas sérias falam mais pausadamente, não comem palavras ou sílabas. Resultado tendo levado com injecções de intelectualidade assustadoras, não que isso seja mau, mas é cansativo quando em doses astronómicas.

O poste de alta/média tensão está à minha esquerda. A imagem que vejo à minha frente é quase sempre esta:
Até parece engraçado, risquinhas e tal. Pois, mas fazer as risquinhas à mão, do nascer ao pôr do sol não é a melhor coisa do mundo. Mas nem sempre podemos fazer aquilo que mais gostamos, aquilo que faz percorrer os sinais eléctricos através das nossas células nervosas. É trabalho necessário para avançar, e pensar no que vem a seguir é o que me dá conforto e motivação.

Acabei de chegar à conclusão que não estava assim tão inspirado, mas já saiu cá para fora e agora, aguentem com este texto.

Fim de Crónica

sábado, abril 14, 2007

 

Uma semana depois


Já passou quase uma semana desde uma das experiências mais fascinantes da minha curta vida. Nome de código PUI, que quer dizer Páscoa Universitária Inaciana, que dá logo um ar extremamente beato à coisa.
Foi preciso viver algo por dentro para lhe dar toda a importância. A Páscoa. Longe mim há dias pensar que este era o dia mais importante do ano. Mas é, porque muda a maneira como vivo todos os outros. Se Jesus não tivesse ressuscitado a minha vida teria menos sentido.
Mas a experiência não se ficou pela vivência Pascal, foi passar para os outros o que é isto de ser cristão. Não se trata de chegar lá e impôr as nossas ideias, apenas de trasmiti-las aos outros, e esperar qual é a resposta. E a resposta foi o que de melhor tive neste dias.
Quando se vai para um meio desconhecido, à partida pouco cristianizado a expectativa não pode ser grande, e não era extraordinária. Mas nem tudo o que parece é. Foi fantástico ver a resposta de crianças e jovens, alguns deles afastados de práticas religiosa fazia tempo. Não tiveram receio, mostraram abertura ao que tinhamos para lhes dizer. Mais do que isso, parece que querem fazer crescer a semente que lhes demos.
Existem duas camadas da população com carências mais acentuadas, os mais novos e os mais velhos. Longe de mim pensar que estes últimos dessem uma resposta tão positiva. Mesmo com as forças de quem já cá está há muito tempo, o brilho no olhar, a humildade e alegria que mostravam ao ver-nos acompanhados de gente nova da sua terra, foi uma alegria enorme também para nós. O que nos tinha trazido a Galveias, no norte Alentejano, começava a dar frutos.
Há vontade de voltar, acho que é só querer mais um pouco. As pessoas que lá ficaram estão à nossa espera, é grande a minha vontade de lhes retribuir o carinho. Mas e se as coisas não tivessem corrido assim tão bem? Acho que não era motivo para não lá ir, era motivo para insistir. Mas ainda bem que foi assim.

Fim de Crónica

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