sábado, maio 05, 2007

 

Dia 1 - A primeira noite no parque 7h26

Há sempre a expectativa de ver o que mudou, se o espaço está melhor, se é desta que vamos chegar a tempo deste ou daquele concerto, enfim de chegar ao parque...
Jantar fora na queima é o usual, ninguém consegue resistir ao convite das várias famílias para jantar, ou de organizar o seu próprio jantar de família. Jantei na família PUI.
À quinta vez ainda conseguimos descobri coisas novas na academia. Descobri uma coisa chamada sarau, uma mostra cultural das suas secções, das suas tunas e coros. Um espetáculo que dura horas, mas que deve ser um teste de resistência a qualquer pessoa que tente assistir a todos os concertos. Cheguei já o espetáculo ia adiantado, mas foi novamente surpreendido. No palco estava um grupo que tocava coisa tipo folk e marchas soviéticas. Tinham um ritmo e enrgia fantásticos. Onde é que eles andaram nestes anos todos? São o grupo de cordas da secção de fado da Associação Académica de Coimbra.
Pausa no Sarau, partida para o Parque. Na queima todos os caminhos vão dar ao parque. Primeiro algomerado de gente: largo da Portagem. Alguém pergunta se já chegámos ao Parque, já não falta muito. Corre o rumor que os Gift vão começar a sua actuação, há que acelerar o passo para não perder uma das melhores actuações desta queima. Ainda me consegui mais uma vez surpreender, desta vez pela negativa. A entrada mudou de local. Em vez do largo do costume com vista para o rio, agora a saída tem vista para a estrada. A tradição esfumou-se, e não haverá mais subidas de rampas e mergulhos para o rio. Fico triste pela locura que havia nas pessoas, mas tenho que reconhecer que a segurança é maior.
Os Gift não desiludem, grande actuação. Depois é descobrir cada detalhe, os pontos possíveis de encontro, e experimentar a sensação de multidão. O espaço diminui, circular é mais difícil. O resto não muda, é a locura. O som é cortado cada vez mais cedo. Estaremos a voltar aos velhos tempo? Depois o arrastar dos foliões para as saídas continua a ser demorado, e há sempre alguém que se perde pelo caminho.
Toda esta visão está cheia de cansaço, de dores nas pernas, de inércia para mexer a boca para dizer alguma coisa, ou reagir a alguma piada. Acumular cansaço ao cansaço não dá muito bom resultado, mas não se pode parar, porque a queima não deixa.
Chegar a um bunker para dormir pode ser ainda mais complicado, portas fechadas então nem queiram saber. A relva quase chamava por mim. Mas ao fim de 20 minutos as portas do bunker abrem-se e vou em direcção ao sono profundo.
Se não fosse o jogo da Briosa ainda agora estava nas profundezas... Mas há prioridades na vida.

Fim de Crónica

Barbaridade:
Comecei a ler as tuas crónicas pelo fim...( chá dançante). Depois pensei que talvez fosse bom recomeçar, mas por onde normalmente se começa; pelo princípio.

Bellíssima crónica. Mal posso esperar para ver que mais relatas dos outros dias. Quase me sinto em coimbra outra vez.
 
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