quarta-feira, maio 09, 2007

 

Dia 5 - O cortejo 4h59

Estou cansado, estou meio enbevecido, doem-me os pés e não tive nenhum autocarro ou transporte que me trouxesse até casa. Até que apareceu o taxi salvador vindo do nada. Transportes de e para o parque a rever nas próximas edições. Se calhar pôr mais autocarros à hora do suposto fim dos concertos não era pior ideia, assim como novos destinos que melhor servissem os estudantes. Parecia uma barata tonta à procura de uma fila de acesso ao taxi que me satisfizesse.
Mas este desabafo já lá vai, e o dia de terça é que interessa. As imagens vividas no ano passado vieram-me à memória. O cortejo de quartanistas é daqueles momentos que por mais que nos esforcemos nunca sairá da nossa memória, porque é uma experiência de dar e receber fantástica, de chegar cheio ao fim de um dia, com muito álcool em cima, mas feliz. Este ano muda a farda. A farda de finalista, nº3 portanto, contempla uma cartola, uma bengala, panos coloridos na lapela, uma roseta na lapela e um papillon, tudo da côr da faculdade a que o curso pertence. Em todos os anos de cortejo, apenas no segundo não houve qualquer novidade na farda, e esta novidade representa muito. Vestido a preceito vaguiei por entre carros à procura de gente conhecida, à procura de uma jola que refrescasse o dia quente que se fazia sentir. Nem um traje ligeiramente mais leve diminuia a transpiração. A tradição pede três bengaladas na cartola e um desejo sincero de felicidades e sorte para a próxima página das nossas vidas. Munido de uma bengala de grossura invulgar, foi difícil controlar o entusiasmo de família, amigos, colegas, conhecidos ou desconhecidos quando se tratava de desejar as maiores felicidades do mundo. Mas ao mesmo tempo é gratificante porque na cara das pessoas notava-se sinceridade nos seus desejos, sempre acompanhados com o sorriso rasgado. Foi sempre assim até a fim, bengaladas, cervejas, amigos em carros diferentes até chegar ao largo da portagem, mais uma vez feliz com o cortejo e ainda ainda a tempo de levar umas bengaladas na minha, já algo mal tratada, cartola. Algumas chegaram mesmo para ver estrelinhas a andar à minha volta.
Não se cumpriu a tradição de um jantar num qualquer centro comercial, falha grave. Mas comi bastante melhor. Mais vinho, menos gasosa lá vão entrando os copos de traçadinho para combater o cansaço desta pequena peregrinação que iria continuar.
Terça é uma noite de sonho no parque, músicos de alto gabarito, e o conceituadíssimo Quim Barreiros. Marante com Diapasão fizeram as delícias do público com o grande sucesso "Linda Portuguesa". O ritmo de bailarico é bonito, mas com dores é difícil soltar o corpo para um passinho de dança, mas a cada música lá vinha um par para deixar o ritmo entrar no corpo. A noite foi de muitos altos e baixos, momentos de euforia e outros de moleza autêntica, dar salto e ficar feito burro a olhar para um palco. Assim que acabou o Quim, decidi abandonar o parque. O resto já se sabe. Dores e cansaço.

Fim de Crónica

Barbaridade: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?