quinta-feira, maio 10, 2007

 

Dia 6 - O chá daçante 5h37

Sou todo esferovite até à mais profunda das minhas entranhas. Cumpriu-se a tradição do esferovite no chá daçante.
Jantar com a família CUMN é um prazer que ainda não tinha tido em semana de queima, tive-o hoje. Do programa constava também uma ida ao mítico chá dançante, onde não se vê chá, mas apenas as tradicionais bebidas e um pézinho de dança. Sem que tenha sido original, havia que utilizasse saquetas de chá nas orelhas, para estar de acordo com o nome do evento. Do programa constava actuação de duas tunas, a Fan-Farra e a Estudantina, para além do tradicional cantor português na mó de baixo que é ressuscitado pelo chá daçante. Este ano a sorte tocou a Marco Paulo, depois de no ano passado José Cid ter passado pelo mesmo palco. Não consta do programa, mas já é tradição a vandalização do cenário que serviu para o baile de gala. Não se compreendia o facto de haver tão pouco para distruir. O mais descuidado dos destruidores não podia sair de perto da cabra, o único objecto passível de destruição moribunda. Marco Paulo entra em palco com a multidão em delírio, e o bailarico começa, embora no caso de Marco Paulo as músicas são menos dançáveis que as da véspera, para além de serem mais de outro tempo que não o nosso. Como o próprio Marco Paulo foi afirmando que os nossos pais e avós apaixonaram-se ao som das suas músicas. Não o julgava tão velho, confesso, ainda não confrimei estas informações com os meus avós, mas devem ser mais velhos que o Marco Paulo. De referir outro tique curioso deste cantor, a repetição consecutiva do verbo divertir no presente, terceira pessoa do plural, em conjugação refelxa, ou seja, "divirtam-se". Como se ele não se tivesse a divertir mais que nós.
À terceira música de Marco Paulo a Cabra tombou, e corri logo para junto dela com a minha bengala em riste para procurar o sino que ela tinha lá dentro. Em poucos segundos a Cabra ia-se dividido em pedaços mais pequenos, mas o sino já tinha ido para outra bengala que não a minha. Fiquei triste, mas como tristezas não pagam dívidas, havia agora o objectivo de procurar um pedação bem grande para vestir a minha bengala demasiado nua. Essa foi a minha luta de vinte minutos até encontrar um bocado bem satisfatório.
Havia alguma falta de esferovite neste chá daçante, e do nada começou a nevar no recinto do chá. O canhão debitava esferovite dando o efeito de neve. Foi a maior locura. Aos poucos a altura do esferovite foi aumentando chegando a estar acima do tornozelo. Assistiu-se então a banhos de esferovite, mergulhos no esferovite, arrastamento de pessoas por bengalas através do esferovite, entre outras locuras com esferovite.
Não acredito que alguém não tenha levado pelo menos uma bola de esferovite para casa. Então quem andou lá pelo meio a rebolar e a tomar banho no esferovite, deixou um rasto de esferovite à sua passagem. O esferovite entranhou-se de tal maneira que no dia seguinte acordou à coca do meu ouvido, e na entrada do carregador do telemóvel. Só saiu de lá com alfinite.

Fim de Crónica

Barbaridade:
Aiiiii, fui um dos primeiros relatos que li, da queima deste ano, e até agora o mais "visual".

Que inveja. Pois é, ele há coisas que nem a magnifica Londres pode dar.... a presença dos amigos de sempre, e a saudável loucura de guerras de esferovite.

Obrigado.
 
Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?