segunda-feira, outubro 29, 2007

 

O último dia

Não me sinto particularmente inspirado, mas é nestas alturas que as coisas saem melhor. Escrevo apenas, porque estou bloqueado e preciso de um desbloqueador, e este post vai certamente ocupar mais algum tempo até que o dito desbloqueador chegue.

Apesar de a memória desse dia ainda quente de Outono, qual ficheiro apagado por engano, e se tenta recuperar por várias vias, vou tentar relatar o último dia de estudante de estudante da academia, o dia do simbólico rasganço, tentando partilhar a minha experiência para que outros não façam o que eu fiz.
Em primeiro lugar, o rasgado deve dormir decentemente. O cansaço acumulado, com o álcool não dá grande resultado, dá só para dormir uma bela soneca do restaurante e acabar em casa a dormir ainda a noite é uma criança.
Segundo lugar, não procurem estar em todo lado no dia do vosso rasganço. Guardem esse dia para as tarefas inerentes a esse momento simbólico, e aproveitem para rever o filme do vosso percurso académico, é um exercício interessante.
Terceiro lugar, cheguem antes da hora, tenham tudo preparado e recebam os vossos convidados de copo na mão. Tomem o gosto de todas as gotas de bebida que forem ingerindo. Deixem que essas bebidas tomem lentamente conta de vós, para que aos poucos se soltem, para o que vem a seguir.

Como se pode entender, não cumpri nenhum destes três requisitos. Directa com Deus na véspera, acordar à hora de almoço com preocupações do foro organizativo, fui assistir ao compromisso de oito jovens com a companhia de Jesus, acaba sempre por ser bom para rever amigos, e cheguei atrasado ao rasganço, com a sangria por fazer, sóbrio, enquanto os meus colegas rasgados, já estavam quase prontos para o acto propriamente dito. Forçado a balancear-me rapidamente, não tive alternativa senão abrir a goela ao que ia sendo posto no copo. O balanço foi sem dúvida rápido, mas ao não me apercebi que a rampa de lançamento tinha sido demasiado inclinada. O salto foi alto, mas quanto mais alto maior é a queda. O sistema central deixou de gravar do disco rígido a partir de uma certa altura. O que é processado sem gravar, não dá hipótese de ser revisto. (In)Felizmente há suportes magnéticos e digitais que gravam esta experiência de selvajaria autêntica. Recuperando os fragmentos perdidos, vai-se reconstituindo aos poucos uma experiência que não deixou rasto e sabendo, que a noite foi longa em correrias, que houve colinho, que houve bembias à solta, que houve soneca no restaurante, que saiu algo cá de dentro, que não entrou nada cá para dentro, que houve surpresas, que ia havendo zaragata e que os meus companheiros nudistas também não estavam assim tão fortes. Com tudo isto, ficaram preocupados...Foi descontrolo a mais.
Do dia seguinte continuou a não entrar nada cá para dentro, houve mimo, houve lentidão de pensamento, houve sofá, houve missa, não houve voz e ficaram marcas de uma vivência para não repetir, mas era uma vez na vida...
Com os meus renovados pedidos de desculpa, por este apagamento, agradeço a todos o apoio nesta hora difícil, que provou que este cinco anos foram os melhores da minha vida.

Fim de Crónica

P.S.: O futuro deste blog está nas mãos do presidente, cabe a ele decidir se faz sentido que continue.

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